quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Talvez, XXXI

Como eu gosto de estar aqui contigo
Olhar para ti e para o mundo,
Ouvir-te e cheirar-te e tudo mais.

Sinto-te próxima.
Eu toco em ti
Cresçe e aparece tudo belo em mim.
Tão tranquilo!

Minha natureza
És tu rapariga
O teu ser humano
Ou ser divino
Ou o que seja...

Apenas quero estar contigo
Rodeado pela luz quente do dia
Mas esta que não me cege
Pois eu quero ver.
E quando o sol se deita
Sou uma pedra
Frio, sozinho e cego
Acaba-se o momento...
E durmo. À espera que mais tarde
Meus olhos consigam ver.

Tenho pena de ter memória
Não que seja má nem triste
Mas por ela ser boa e alegre.
Pois cada vez que não te vejo
Nem te ouço, nem te cheiro, nem te toco
Eu penso naquelas memórias
E sinto a angústia e a dor e a saudade.
E se não me recordasse
Seria sempre feliz
Pois sentia a natureza naturalmente.

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